O “dá ou desce” é uma expressão que indica coerção, constrangimento, a opção do ruim pelo… ruim também.
Sua origem é sexual e até ai, qualquer bobo sabe. Ela é do tempo em que eram poucos os carros e quase nenhuma as namoradas que, digamos, facilitavam as coisas.
Tempos aqueles, que já acontecia das moças se permitirem a alguma liberdade com um rapaz. E aceitar uma carona para casa, sozinha, era o limite possível dessa liberdade a que me refiro. Era o limiar para “perdida”.
(Chovendo aqui e a dona da pensão está à maquina, costurando roupitas da netinha. Ela é minha consultora para Assuntos Anos Sessenta)
As mais saídas (“saidinhas”, como eram chamadas) até tinham namoricos de poucas semanas sem que a familia viesse conhecer o namorado. O normal, era todo namoro começar firme e a familia conhecer o namorado quase que de imediato.
E, nessa dificuldade toda para aboletar a moça no banco do carona no seu carro e, antes de se dirigir direto para a casa dela, o esquema era perambular por algum lugar ermo e ali dar início uma “dança do acasalamento”.
Bem, eu era menino por essa época, lá pelo início dos anos sessenta. Mas lembro de conversas de “fulana que teve que vir a pé para casa”.
Podia ser uma longa caminhada. Aqui, o “abatedouro” era longe.
Essa é a origem do dá ou desce.
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